Um corpo nu, sonhos mutilados
Cabelos presos, à nuca atados
De longe vem o cheiro dos jasmins
O vapor a ilude envolvendo-a no opaco
A água corre e escorreguem lembranças
Brilhantes líquidos em fio inteiro
Objetos suam ao seu redor
Ela sua, nua, vendo-se só
Que dor de solidão é esta?
De onde surge para angustiá-la?
Entrega-se ao banho convencida
De que o calor que a deixa entorpecida
É bálsamo para curá-la
Desliga o chuveiro.
Um cheiro de jasmins
rescende no banheiro
A lembrá-la de sua infância
Quem a levou sem clemência?
Pelo ralo se esvai
a última gota de inocência
Enxuta e enlutada
Fica presa à parede suada
Ainda rescendem os jasmins?
Qual nada!
A infância está perdida
O banho terminado
Ela ainda sozinha
A vida ainda um fardo.
Carmen Bentes
http://arte-final.blogspot.com
;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
Continue sua viagem pelos encantos da poesia.
Visite o blog de Arethuza Viana
http://doceamor3.blogspot.com
terça-feira, 10 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário