terça-feira, 10 de março de 2009

TATO

Minhas mãos trilham tuas costas caboclas,
A rigidez dos teus músculos mulatos
Artefatos mutantes
Em pele deslizante.

Minhas palmas descansam em teu peito
Fugidias percorrem nichos secretos
Meu tato se esmera
Na anatomia de concreto.

Minhas mãos te sentem na pele suave
Veludo desnudo que me arrepia

Meu tato se acende na tua epiderme
Cremosa, reluzente e macia.

Minhas palmas adivinham tua boca
Polpa carnuda e molhada
Percorrem teus dentes alvos
E a língua orvalhada.

Minhas mãos enfeitam teu pescoço
A vida palpita na veia que lateja
Meu tato se apodera do teu ventre
Tenso, rijo e nervoso.
Palmeio cada pedaço de ti
Tateio cada parte do que és
Como se foras petisco guloso
Mestiço manhoso,
Sucumbido aos meus pés.

Carmen Bentes
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